Um pequeno grão areia é a verdade,tão pequena e presente ,em praias fazem castelos.A verdade pode vim de forma tão calorosa como o verão ou fria e tempestuosa como o inverno.E aí que eu vi que cada grão de areia pode ser tão distante ou próximo.A morte é um grão,pode ser tão distante e teórica para uns ou parentes próximas para outros,como os doentes terminais na U.T.I,esses já estão deriva de um barco que vai de encontro a uma praia espalhada de mil verdades,é o fim.
Mas,eu fiz um trato comigo mesma,levarei a praia o meu baldinho e recolherei o máximo de areia que consegui,mesmo que pese,quero a verdade perto de mim,mesmo que doa e me machuque,morarei próximo a praia.
''Sempre achei que me conhecia,que sabia meus pontos fracos,meus erros,defeitos e ilusões,mas não sabia nada sobre mim e nem sobre o ódio que me corroía,um veneno sagaz que furava meu coração amargo e desenganado.''foi o que ela disse a psicóloga em sua primeira consulta que só ocorreu depois de tanta insistência das amigas,ela achava que psicólogos davam conselhos e conselhos eram para fracos,o que ela não sabia era o quanto era fraca.Deixa eu,a narradora, apresenta-la.Seu nome era Sabina,mas essa não tinha nada de sábia,deixava-se levar pelo ódio herdado na infância,da raiva da mãe que a abandonou,a mãe adotiva que a espancava.Sabina respira o cheiro quente de um ódio que a carbonizaria em alguns anos,nunca entendeu o por que da vida ser tão mesquinha,do abandono e das surras aparentemente sem motivos.
Quando criança pensava em ser bailarina,para fazer piruetas no ar e só por um estante se torna um passarinho,mas não, se tornou juiza,queria fazer justiça e esqueceu de ser bailarina.E assim se tornou uma mulher doente e solitária,não fez piruetas e nem virou passarinho.
Não deixe o ódio te corroer!
Era umas cinco horas da tarde quando ela saiu de casa,fazia muito frio,as árvores se balançavam,o vento rebelde levava as folhas secas e os passarinho se preparavam para voltar ao seu ninho.Maria era o seu nome,um nome comum,nome de guerreira,mas essa era uma fracassada,perdeu o seu amor e seu coração e não quis sonhar mais e assim morreu,morrer é deixar de sonhar.E assim Maria era morta,uma ninguém,os dias para ela eram apenas dias e a tarde fria havia congelado suas emoções.Maria tornou-se uma pedra,pedras não morrem permanecem no mesmo lugar,apenas os humanos morrem,ela não era humana.
O que se sabe dela é que ela amou um alguém e não foi amada,seu coração doeu tanto que o jogou no oceano ,onde ele se perdeu nas águas frias.Depois disso parou de falar,apenas sentava em um banco da praça com seu livro na mão e parecia olhar para o nada ou pensar em um dia esquecido no tempo.Maria sumiu e no banco da praça onde sentava ficou seu livro,dentro do livro avia uma pedra no formato de um coração.
Vento viajante não tem lar ,direção,destino e nem ninguém a espera.Suas missões são balançar árvores e despi-las no outono,uivar nas noites frias de inverno e soprar a areia pelo deserto.São fofoqueiros,levam palavras e sonhos de milhares de pessoas a cada canto do planeta,mais quase ninguém escuta o vento ,apenas o sente,quem escuta o vento pode transforma-se no sábio ou no louco,depende o que escuta e como interpreta.
E toda vez que o vento insiste em bater na minha janela ele me traz um poema e contos que podem ser doce como um algodão doce , salgadas e misteriosas como as águas do oceano ou amargas como o sabor do ódio.E agora tenho poemas e contos doce,salgados e amargos pra contar aqui(no blog),os escritores são eu e o vento,juntos,unidos,o vento balança árvores e eu balanço as palavras.
Era sempre assim,um tormento na hora de dormi. Ruido estranhos,passos pela casa,vultos no quartinho do fundo.Qual criança nunca passou por esse tormento?na hora realidade é diluída em um copo de ilusão formando uma solução chamada medo.Seja embaixo da cama,atrás de portas ou dentro de guarda-roupas eles cozinham pratos de medos,horror , medo no escuro , horas tentando dormi ou durante os sonhos.
Já tive sonhos tão estranhos e tão reais,de ser arrastada da cama,com abutres com características humanas em um terreno baldio,não sei os significados mais senti muito medo dias tentei dormi e não consegui,espalhava no quarto o cheiro salgado de medo,talvez era melhor não dormi.Era só o dia acabar e eles viam pra amedrontar,crianças na cama e monstros no quarto faz parte do lado mal da infância,não sei se fortalece ou engana a sensação de ter monstros na cama.Medo estado desesperador.A cabeça coberta com um lençol, proteção ou escudo de criança.
O medo persegue a infância com monstros, adolescência com incertezas,a fase adulta com o desemprego e a terceira idade com a morte.O medo nos torna humanos corajosos ou perdedores só depende de nós.Na infância li livros como "A máquina de pensar bonito contra o medo que o medo faz" e por semanas tornei-me uma caçadora de monstros mais isso só durou até o dia que assisti o linha direta e tive meses de noites mau durmidas.Hoje,atitude é o que não me falta pra encarar o medo e os monstros da vida que me assombram pelo caminho.
Essas historinhas com lição de moral sempre me cansou,enche o saco e mesmo assim depois de escutar tanto sobre Cachinhos Dourados muitas crianças quando adolescentes saem de casa escondido,eu sou um exemplo.Cachinhos Dourados mais nada era que uma fujona,bisbilhoteira,ladra de mingau ,arrombadora de casas e professora na arte de vandalismo.E tal história traz uma marginalzinha como uma simples teimosa.
Muitos dizem que Cachinhos Dourados aprendeu a lição,como vamos saber se eles não cotam o que aconteceu com ela depois,se chegou em casa ,se obedeceu a mãe , fez seus deveres de casa ou no meio do caminho invadiu outra casa e saqueou tudo.Pra mim a ''inocente'' menina esperou os ursos saírem e aproveitou para bagunçar a casa deles e não bateu várias vezes a porta como diz a história.Cachinhos Dourados nada mais é uma aprendiz de ladrão,que cursa o 3ª semestre do curso 155(furto) e no futuro será 157(roubo).
E os ursos?ah,rapaz.Esses eram simples cidadãos que constantemente saem de casa e quando voltam não acham nem o cadeado da sua casa.
Hoje escutei como de custume duas músicas que me identifico muito ''like a star'' e ''put your records on'' da cantora Corinne Bailey Rae,músicas que me trazem paz de espírito.Vou mostrar um trecho da música
''put your records on'':
''Apenas mais do que eu poderia aguentar
E um trecho de ''like a star'':
Teus olhos verdes chegaram a mim ao meio-dia,eu voltava da escola cansada mais prendi toda a minha atenção a ti,pequena roncadeira.Não me preocupei em te dar nome e sim te dar amor e carinho.E assim,não fico mais sem a roncadeira assisti tv comigo,tira aquele cochilo da tarde perto de mim.
É tão arteira essa roncadeira,não a limites para ela,seus olhos estão sempre a procura de uma ventura seja em subir no sofá ou puxar fios.Suas tardes são sonolentas como maracujá,suas noites regadas a energéticos.Pequena roncadeira que nos olhos traz amor.
O mundo transforma-se ao passar dos séculos,décadas e anos.Mas,não só o mundo transforma-se.humanos também.Estamos perdendo a nossa essência natural e tornando-se matéria bruta,o humano um ser tão diferente e impossível de ser congruente passaram a ser iguais e concordarem com o que vê na tv,com mortes,políticos corruptos e desigualdade social e todos tem uma mesma resposta:''faz parte do mundo capitalista que vivemos.''Até o meu livro de geografia me ensinou isso,tornando a questão normal e talvez irreparável.
Somos humanos ou robôs?ser um humano não é pensar igual,é nascer e fazer-se diferente,ter instintos , medos,fascinar-se com coisas simples,ter ambições em torna-se o que sonha e não em destruir os sonhos alheios e satisfazer-se com isso,ter opinião própria para fazer o que é certo e não o que o pastor diz,lembre-se que alienar-se não é se salvar.O humano tem que lutar contra a extinção dos valores,e assim, torna-se jardim e jardineiro , regando,colhendo e podando suas folhas e florescendo na primavera.